XI Conferência da Região Portuguesa dos Missionários da Consolata termina com apelo à revitalização

A XI Conferência Regional do Instituto Missionário da Consolata em Portugal terminou neste sábado, 28 de abril, com a aprovação do documento final pela totalidade dos presentes nesta reunião magna da congregação. É um texto com 43 pontos que projetam este Instituto missionário para o próximo sexénio.

“Discípulos missionários em saída, em Portugal” foi o lema da XI Conferência Regional (CR) do Instituto Missionário da Consolata (IMC), que decorreu na Casa de Espiritualidade Francisco e Jacinta Marto, em Montelo, Fátima, entre os dias 23 e 28 de abril de 2018 e contou com a presença de 43 missionários da região portuguesa IMC. Estiveram presentes também dois membros do governo geral, com sede em Roma: os padres James Lengarin (vice superior geral) e Antonio Rovelli (conselheiro geral para o continente Europa), e ainda dois superiores regionais: os padres Michelangelo Piovano (superior regional da Itália) e José Luís Pereyra (superior da delegação Espanha).

Periferias existenciais e continentalidade
Os trabalhos desta CR centraram-se em três temas principais: centralidade de Cristo, revitalização comunitária e ad gentes em Portugal. Cada participante recebeu o Instrumentum Laboris (documento de trabalho) preparado para o efeito – um texto que foi beber aos documentos do Capitulo Geral, da assembleia pós-capitular para a Europa, do Magistério da Igreja, e aos contributos que o superior regional pediu previamente a todos os missionários.
O padre-poeta Tolentino Mendonça e o jornalista António Marujo foram oradores convidados. No segundo dia dos trabalhos falaram sobre a incidência da vida religiosa consagrada – em especial na sua dimensão missionária – na Igreja contemporânea. Contribuições que ajudaram também à reflexão e debate nos dias posteriores, num trabalho que seguiu a metodologia dos grupos de reflexão, plenário e síntese por parte dos secretários, e redação final do texto por parte da equipa de redatores.
Já no último dia, foi feita a aprovação do documento final desta XI CR, que, entre muitos outros assuntos, fala da opção missionária pelas periferias existenciais, da necessidade de reavaliar e reforçar as presenças IMC em ambiente pastoral paroquial e de consolidar o caminho já iniciado rumo à continentalidade (região única IMC na Europa).

Discípulos missionários
Ao terminar, os missionários convidados deixaram uma mensagem à assembleia. O padre Antonio Rovelli disse que o documento que foi aprovado «é muito belo», para logo advertir que «tudo precisa de um sujeito: quem?», sugerindo que «cada um precisa de ser sujeito na sua própria comunidade». «Trata-se de por em prática o que o documento pede, para que não seja apenas um belo documento», observou. E concluiu a sua intervenção citando Séneca, que dizia: “Não há vento favorável para o marinheiro que não sabe para onde ir”, defendendo, em seguida, que «o vento que vos deve levar em frente é o vento do Espírito Santo, para sermos sinais de esperança e consolação».
Por sua vez, o padre Luis Pereyra, agradeceu a oportunidade de poder estar nesta CR «a partilhar este encontro com os irmãos portugueses». E o padre James Lengarin – que na eucaristia a que antes presidira já tinha desafiado os presentes a relerem o nº 8 das Atas do Capítulo Geral, onde se fala do caminho de conversão “para nos tornarmos discípulos missionários, condição necessária para a revitalização do Instituto” -, desafiou, agora, à confiança: «deixem que o Senhor seja para nós, guia».

«Uma CR histórica»
As palavras finais foram deixadas pelo presidente desta XI CR, padre Eugénio Butti, que manifestou «um sincero agradecimento» aos irmãos que vieram das outras regiões, e de Roma: «A vossa presença foi um grande dom para nós, assim como as vossas palavras e o vosso testemunho de vida». O superior regional do IMC em Portugal concluiu dizendo que esta CR «é histórica, pois foi colocado um marco: a partir desta Conferência estamos dispostos a começar esta caminhada nova (a continental), e isso é muito importante.»

Texto e foto Albino Brás