Como já é tradição no dia 10 de junho de cada ano, feriado nacional, decorreu neste sábado, em Fátima, a festa dos familiares dos Missionários da Consolata.
A primeira parte deste evento anual teve lugar no auditório do Centro Missionário Allamano e foi orientado pelo padre Agostinho Silva, vice-Superior Regional da Consolata em Portugal. Começou por dar as boas vindas a todos, também em nome do padre Eugénio Butti, atual Superior Regional mas que está em Roma, onde participa no XIII Capitulo Geral (22 de maio a 20 e junho) juntamente com os padres José Matias e Manuel Magalhães.
Como motivação para o encontro, o padre Agostinho Silva leu palavras do Beato Allamano dedicadas a Nossa Senhora da Consolata e, entre outras coisas, chamou à frente o padre Aventino que ofereceu aos presentes uma entusiasta reflexão sobre a figura do padre João De Marchi e a narrativa dos primeiros anos da Consolata em Portugal. Discorreu também, com humor, sobre tempo em que estiveram juntos nos Estados Unidos da América. “João De Marchi era um padre cheio de energia, de entusiasmo missionário e evangelizador, e era difícil pará-lo, mas às vezes tornava-se necessário”, confessou.
Houve ainda tempo para apresentar – recorrendo a uma projeção na tela do auditório – uns slides que indicavam a distribuição dos Missionários que trabalham em Portugal (portugueses ou não) e dos missionários da Consolata portugueses no mundo. Depois, o padre Simão Pedro apresentou o Calendário Missionário para 2018, animando os presentes a divulgá-lo nas suas comunidades. Esta primeira parte terminou com uma mensagem sonora enviada propositadamente para este encontro pelos missionários portugueses presentes no XIII Capítulo Geral, a decorrer em Roma.
Seguiu-se a Eucaristia na capela do Seminário, concelebrada por muitos padres da Consolata e presidida pelo padre João Nascimento. Foi animada, na música e na orientação dos cânticos pelo Irmão João Alfaiate e pelo padre Darci Vilarinho, respetivamente. Na introdução, o padre Jaime Marques começou por explicar o painel que foi colocado à frente do altar, com as fotos de todos os missionários portugueses que já não estão entre nós. Com este gesto “pretende-se fazer memória dos que já não estão entre nós mas, no entanto, de muitos deles, continuam a vir os seus familiares a esta festa anual”. explicou o superior da comunidade da Consolata de Fátima.
A homilia do Padre João Nascimento centrou-se no motivo principal da festa: as famílias dos missionários. “Devemos amar sempre a família que nos gerou. Quem não ama a sua família, dificilmente pode amar a família dos outros”, frisou.
Este missionário da Consolata, que se prepara para voltar para a missão em Moçambique – onde já esteve alguns anos, antes de partir para a Costa de Marfim, de onde chegou há algum tempo, para férias -, explica que “a família que nós deixamos” é aquela que um dia “deu estes seus filhos [os missionários] a Deus”, mas é também “aquela que nós encontramos”, como missionários, e que “abre os braços de par em par para nos acolher”, sublinhou. “Mesmo que sejam muçulmanos”, acrescentou, como aconteceu com “tantas famílias com quem convivi na Costa de Marfim”, referiu este missionário com origem no nordeste de Portugal.
“Se tu és o fruto, nós gostaríamos de conhecer essa árvore”. Assim se referiu o presidente da celebração às pessoas que convivem com o missionário e que manifestam a vontade de “conhecer aqueles que lhe deram vida, que os educaram, que os criaram, que lhes deram afeto e amor”. E, recorrendo já ao discurso direto, “por considerar que os missionários são os embaixadores desse amor extraordinário que sois vós, caros familiares e amigos”, nessa “graça de Deus que se multiplica através da nossa pobreza”, o padre João entusiasma-se: “peço o vosso grande aplauso de todos para todos os que aqui estão”, desafiou, com visível reconhecimento pelo papel dos familiares dos missionários no acompanhamento, no carinho e no afeto que se sente.
Depois da missa, foi oferecido um almoço no salão para todos os presentes.
Albino Brás