Os mais de 650 missionários e missionárias da Consolata que participam da Conferência de Murang’a 2 por meio da plataforma Zoom voltaram a reunir-se nesta terça-feira, 14, para o segundo dia da programação.
Pontuais e um pouco mais soltos no uso da tecnologia, encontramo-nos hoje de novo do outro lado dos ecrãs, mas em maior número do que ontem: e começamos por ouvir uma grande mistura de saudações em todas as línguas possíveis.
Entrando já no tema deste segundo dia da nossa Conferência, damos um verdadeiro salto no tempo e mergulhamos no acontecimento que foram as Conferências Murang’a, que teve lugar apenas três anos após a chegada dos primeiros missionários da Consolata ao Quénia.
D. Giovanni Crippa, Missionário da Consolata, Bispo de Ilhéus, no Brasil, é um historiador de profissão e com a sua própria metodologia ajuda-nos a recriar os antecedentes, as premissas que determinaram aquele encontro dos Missionários da Consolata nos primeiros três dias de março de 1904, bem como os efeitos que este evento gerou tanto no seio do próprio grupo IMC, como para a ação evangelizadora.
Desde o princípio ficou muito claro que o Fundador nunca se preocupou em ‘inventar’ uma metodologia missionária a partir do zero, porque estava firmemente convencido de que essa mesma metodologia tinha de emergir da própria experiência, e os verdadeiros protagonistas seriam os primeiros missionários no terreno. Para preservar a unidade de objetivos, face às “ameaças” internas e externas que rapidamente emergiram, o grupo sentiu a necessidade de se reunir plenamente para dedicar tempo aos exercícios espirituais (de manhã) e à reflexão (à tarde), e de ser capaz de identificar uma linha comum para continuar a missão que tinha acabado de começar.
O documento final, aprovado na sua totalidade por Allamano, constituiu um verdadeiro marco, que ainda hoje é seguido nos seus elementos substanciais.
O relógio, porém, é inclemente e os moderadores, P. Nicholas Muthoka e Ir. Adriana Gazzera, não cedem: após uma aceleração final, o bispo Crippa tem de se render ao cronómetro e deixar a palavra aos outros dois oradores do dia, Ir. Simona Brambilla e P. James Lengarin, a quem é confiada a tarefa de falar sobre a Atualidade das Conferências de Murang’a nos nossos Institutos, hoje.
A Ir. Simona expôs as modalidades e experiências do que agora se chama sinodalidade, às quais os e as Missionárias da Consolata recorreram frequente e voluntariamente, não só para os Capítulos Gerais, Assembleias, Conferências, mas também para os processos de revisão das nossas Constituições e para o redesenho da nossa presença, que viram e veem a participação de todas as irmãs do Instituto. Sublinhou ainda como é a relação entre nós e as pessoas entre as quais vivemos, o que orienta e guia qualquer metodologia, assim como foi para Murang’a.
P. James usa a imagem de um sino tibetano, que só toca se encontrar o badalo apropriado: a importância de estarmos em sintonia com o ambiente, as dores e os sofrimentos do tempo presente, atentos a reconhecer os sinais dos tempos, capazes de escutar a realidade e de dialogar para qualificar a missão.
Deixamos o aprofundamento de todo o conteúdo para os textos dos relatórios, que serão disponibilizados após a conclusão da sessão de hoje.
Após algumas explicações técnicas, sempre necessárias, o P. Pedro Louro clica no botão certo e somos imediatamente ‘transportados’ para o nosso próprio grupo de trabalho, onde somos guiados pelos moderadores de serviço para responder a uma pergunta ‘simples’: Que escolhas devemos fazer para atualizar o espírito, estilo e escolhas de Murang’a, hoje? A experiência sugere respostas pessoais imaginativas e concretas à pergunta, mas para as conhecer teremos de esperar que os secretários acordem esta noite para produzir todos os resumos.
Murang’a 2 continua… até amanhã: falaremos de CONSOLAÇÃO!