A abertura das jornadas esteve a cargo de Manuel Linda, presidente da Comissão Episcopal Missão e Nova Evangelização, que disse ser no coração, fonte do pensar e do querer, que se abraçam as grandes opções de vida. Já a teóloga Isabel Varanda, refletiu sobre o tema «Sim… Faça-se… – Aceitação da missão. Acreditar no impossível», e concluiu dizendo que «ser missionário é não ser autorreferencial».
O bispo de Lamego, António Couto, tratou o tema mariano «Feliz porque acreditaste… – Participação do missionário no mistério de Cristo» e referiu que «o missionário verdadeiro tem que ter o sabor de Deus, tem que estar ao dispor de Deus» ao jeito de Maria. «Meia hora de leitura diária da Bíblia dá uma indulgência plenária e é a grande porta santa que nos abre à vida», acrescentou o prelado.
O padre Adelino Ascenso, Superior Geral dos Missionários da Boa Nova, partilhou uma reflexão sobre o tema «A minha alma engrandece o Senhor… – Da experiência de Deus às experiências dos missionários». «Só a partir da experiência de Deus é que estamos aptos a narrar Deus», sublinhou o também presidente do IMAG – Institutos Missionários «Ad Gentes».
«Ninguém é missionário por narcisismo, pois já se desprendeu do que nos torna adictos ao individualismo, reforçados pelas exigências e desafios da realidade», afirmou, por sua vez, a psicoterapeuta Margarida Cordo, que abordou o tema «Apareceu no céu um grande sinal… – Missão como promessa e realidade.»
Os cerca de 250 participantes dividiram-se em quatro grupos para refletirem sobre quatro questões concretas. No final, sublinharam a necessidade de um amor missionário, mais colaboração entre os agentes de evangelização, proximidade para acolher, escutar, ir ao encontro dos mais fragilizados, ter tempo para os outros e para Deus, simplificar a linguagem para chegar às periferias, cuidar da casa comum e das pessoas, porque o cuidado leva à justiça e à paz.
«Nós existimos todos porque fomos acolhidos. Se fomos acolhidos porque não acolher? Quem acolhe, ganha. Todos os povos que acolheram imigrantes, tornaram-se mais felizes e mais ricos. Acolher o estrangeiro, traz-nos felicidade, não nos traz pobreza», realçou o responsável pelo Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS), André Costa Jorge, numa análise à questão das migrações e do tráfico humano.
No encerramento das jornadas, o frei João Lourenço disse, que «como Maria, ser missionário é colocar-se à disponibilidade de Deus, deixar-se acolher por Ele para que possamos ser instrumentos daquele acolhimento que abre os corações à ação do Espírito». As Jornadas Missionárias 2017 foram integradas na peregrinação nacional das Obras Missionárias Pontifícias a Fátima no âmbito das comemorações do Centenário das Aparições.
Texto e foto: J.C.