Liturgia do 3º Domingo de Advento – Ano C

15 de dezembro de 2024
Sof 3, 14-18; Fil 4, 4-7; Lc 3, 10-18

 

Há mais alegria em dar do que em receber
1. João Batista, esse grande missionário da história, indica-nos neste 3º Domingo de Advento, também chamado Domingo da Alegria, um caminho seguro para acolhermos Jesus como convém. Àqueles que lhe perguntavam o que deviam fazer para se converterem, ele respondia simplesmente com gestos muito concretos: “Quem tem duas túnicas dê uma a quem não tem; e quem tiver comida, faça o mesmo”. Jesus dirá a mesma coisa por outras palavras: “Dai e dar-se-vos-á: deitar-vos-ão no regaço uma boa medida, calcada, sacudida, a transbordar. A medida que usardes com os outros será usada também convosco”. Resumem-se a isto tantos convites de Jesus: dar de comer a quem tem fome, dar a quem nos pede, dar também a capa a quem nos pede a túnica, dar a quem precise de um empréstimo, dar gratuitamente… Às suas palavras seguiram-se os gestos, porque Ele foi o primeiro a dar: a saúde aos doentes, a alegria aos tristes, o perdão aos pecadores, a vida a todos nós. Todas as obras de misericórdia que Ele realizou.

 

2. O Evangelho não é uma utopia. – Milhões de pessoas o puseram em prática ao longo dos séculos e contribuíram para a renovação da sociedade. Queremos também nós seguir o mesmo caminho e experimentar aquilo que disse Jesus: “Há mais alegria em dar do que em receber” ?. Como bem dizia o nosso bom Papa, São João Paulo II: “Não se trata de um simples apelo moral, nem de um mandamento que chega ao homem de fora. A inclinação a dar está radicada no mais profundo do coração humano: toda a pessoa sente o desejo de se pôr em contacto com os outros, e se realiza plenamente quando se dá livremente aos demais”. Conhecemos os grandes desníveis que caracterizam a humanidade. A minha solidariedade para com os outros pode contrariar o espírito do mundo que realça o acumular mais do que o dar aos outros desinteressadamente.

 

3. A cultura do dar – Esta cultura que Jesus inculca aos seus discípulos, propondo o seu próprio exemplo, passa pelo esforço de promover a justiça, defender os mais débeis e prestar ajuda a quem dela necessitar. Dar aos outros do que Deus nos deu, oferecer a própria vida em benefício dos mais necessitados marca a vocação de tantas pessoas, na consagração plena ou no voluntariado.
Que este período natalício nos ajude a desenvolver esta cultura do dar contraposta à cultura do possuir ou do acumular. Oferecer aos outros os PRESENTES da amizade, da atenção, do nosso tempo… Dar um bom conselho, uma ajuda, uma palavra de consolação. Dar o nosso apoio, dar alegria, dar confiança, dar perdão, dar a vida. Tenhamos a certeza: quanto mais dermos, mais Deus nos dará.

 

Darci Vilarinho

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