01 de maio 2022
At 5, 27-41; Ap 5, 11-14; Jo, 21, 1-19.
Seremos julgados pelo amor
1. Por três vezes Jesus pede ao Apóstolo Pedro que proclame o seu amor e que o declare abertamente. Podíamos perguntar: porque é que Jesus fez isso? Evidentemente porque o considerava uma coisa muito importante para Pedro: por três vezes o tinha renegado, por três vezes o convida a declarar o seu amor diante de todos. “Amas-me mais do que estes?” Não lhe pergunta: sentes-te com forças? Conheces bem a minha doutrina? Sentes-te com capacidade para governar os meus discípulos? Não! É o amor a Jesus que capacitará o apóstolo Pedro para animar, orientar e alimentar os seus discípulos, tal como Ele tinha feito. Sim! Só o amor capacita.
2. É interessante este pormenor: a cada proclamação do amor segue-se um pedido de compromisso feito por Jesus. Jesus confere-lhe uma missão e uma responsabilidade solene: “Apascenta as minhas ovelhas”. Isso significa fundamentalmente: prova-me que me amas, gastando a tua vida pelos teus irmãos, tornando-te instrumento de salvação para os teus irmãos. À terceira declaração solene de Pedro, Jesus pede-lhe nada menos que a oferta da própria vida. Disse: “Segue-me!”. Por estas palavras, ele indicava o género de morte com que havia de glorificar a Deus”. Só quando passamos das palavras aos factos é que estamos certos de que amamos verdadeiramente o nosso Deus.
3. A palavra “Apascenta” é muito importante. Quer dizer: Ajuda! Salva! Isto é: instrui, organiza, gasta a tua vida pelos teus irmãos pelo amor que tens por Mim, porque sou Eu que o peço. É o amor concreto que Jesus requer. S. Pedro, provavelmente estaria disposto a dar a Jesus outras coisas. Mas o Senhor pede-lhe o maior ato de amor: que seja um chefe, um responsável, capaz de apascentar, isto é, de nutrir o seu rebanho. Um chefe que esteja pronto até a entregar a própria vida como fez Jesus, quando chegasse a perseguição. E de facto, assim aconteceu. Pedro soube responder eficazmente à proposta de Jesus. Deu a vida por Ele e pela sua Igreja.
4. Estamos no início da semana de oração pelas vocações de especial consagração. A cada um de nós Jesus pede que sejamos fiéis à nossa vocação. Cada vocação é, efetivamente, um compromisso com Deus: em casa, na família, em qualquer profissão ou serviço. Um compromisso que devemos renovar e alimentar todos os dias. Mas é um compromisso especial o dedicar a vida inteira ao serviço da missão da Igreja. Que a nossa oração desta semana ilumine e esclareça as nossas decisões, nos ajude a ser fiéis à nossa vocação e contribua para que surjam na Igreja jovens capazes de amar sem reservas, colocando a sua vida ao serviço de Cristo e do seu Evangelho.
5. Celebra-se hoje o Dia da Mãe neste primeiro domingo do mês de maio, o mês da Mãe de Jesus: podemos inspirar-nos nela, porque o seu coração imaculado foi o que mais se assemelhou ao coração do seu Filho. Imitá-la nos pequenos gestos de amor de todos os dias é o melhor presente que lhe podemos oferecer às nossas mães, sabendo que o amor de uma mãe é aquele que mais se aproxima do amor de Cristo e do amor da sua Mãe.
Darci Vilarinho