9 de junho 2024
Gen 3, 9-15; 2 Cor 4, 13-5, 1; Mc 3, 20-35
Somos a família de Jesus
1. A narração do Evangelho deste domingo começa com um episódio habitual: Jesus está em Cafarnaum e é rodeado por uma multidão de pessoas, que acorrem para o ouvir. Era tanta a gente para atender “que nem sequer tinham tempo para comer”, diz S. Marcos. A dedicação de Jesus é incansável e revela um grande amor pelas pessoas de quem se sente pastor. Sente a urgência de ensinar e de indicar o caminho para o Pai. Os parentes de Jesus interpretam esta sua dedicação como uma loucura. Não perceberam que Jesus tinha uma missão e que todo seu empenho era pouco para trazer ao seu povo o alivio das suas enfermidades e manifestar o amor misericordioso de Deus!
2. Mas, se Jesus despertava tanto entusiasmo entre o povo, não o tinha entre os escribas, conhecedores da Escritura, que se mostraram incrédulos e perversos. Sem poder negar o entusiasmo do povo, e não querendo reconhecer em Jesus o Messias, atribuem o Seu poder à influência de Belzebu, príncipe dos demónios. Mas Jesus reage a esta insinuação: “Se, portanto, satanás se levanta contra si mesmo e se divide, não poderá sobreviver, está perdido”.
Jesus coloca as coisas no seu lugar e diz que isto é um pecado, uma blasfémia contra o Espírito Santo, que não será perdoada. O pecado contra o Espírito Santo é um endurecimento interior que não permite à pessoa arrepender-se dos próprios pecados, e sem arrependimento não há perdão!
3. Outro ponto importante do Evangelho é o encontro de Jesus com a sua Mãe. Dizem-lhe: “Tua Mãe e teus irmãos estão lá fora à tua procura”. “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?”, pergunta Jesus. “E olhando para os que estavam à sua volta, diz: Aqui estão minha mãe e meus irmãos. Quem fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”. Jesus e o evangelista não estão a desprezar a sua Mãe perante a comunidade dos discípulos, mas pretendem mostrar que os discípulos devem ser semelhantes à sua Mãe que fez, em toda sua vida, a vontade do Pai e em nada deixou de servir a Deus, pois foi sempre assistida pelo Espírito Santo. Maria será sempre a imagem do ser humano perfeito, ela é o modelo perfeito a quem devemos olhar, seguindo os seus passos para fazermos como ela a vontade de Deus.
Jesus ensina que não são os laços de sangue que nos abrem à compreensão e comunhão profunda com o Filho de Deus e nos fazem pertencer à sua família que é a Igreja. O que é determinante pata sermos discípulos de Jesus é obedecer á sua Palavra, porque só Ela nos leva á comunhão com Ele e com o Pai.
Neste contexto, a verdadeira devoção a Maria consiste em acolher o seu convite nas bodas de Caná: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5).
Que Maria Mãe de Jesus e nossa Mãe nos ajude a fazer sempre a vontade de Deus, tal como ela fez.
Darci Vilarinho