2 de janeiro de 2022
Is 60, 1-6; Ef 3, 2-8; Mat 2, 1-12
A festa de todos os povos
1.“Virão adorar-Te, Senhor, todos os povos da terra”. A vinda dos magos do Oriente revela a vontade divina de salvar, em Jesus, todos os homens. Que todos O conheçam é o objetivo desta festa missionária. Os braços de Maria apresentam-no ao mundo para que compreenda o mistério do amor de Deus que em Jesus se revela. Cada de um de nós poderá ser no mundo um ponto luminoso de referência para que o mundo acredite. Nós que, por graça de Deus, já vimos a estrela, podemos ser os olhos de quem caminha pela noite dentro.
2. Um Deus para todos – É outra vez Natal. Dilata-se a gruta para acolher todos os homens. Deus não pode ficar escondido numa gruta de Belém. É para se revelar a toda a humanidade. A Igreja quer ser esta “casa”, onde os homens encontram Deus. É nossa tarefa fazer deste mundo o lugar da manifestação de Deus. Fazer da nossa família o lugar onde se fala e se vive de Deus. Fazer da nossa vida um sinal da presença de Deus.
A Epifania é então o mistério do Natal que se revela ao mundo inteiro. Se na noite de Natal os anjos cantam, na vinda dos Magos o mundo adora. É uma salvação oferecida a todos os povos. Ninguém a pode ignorar. Com os Magos caminhamos todos para Belém. Para dobrar os joelhos e adorar. Quem procura o rosto de Deus e o adora, encontra a estrela que o guia pelos caminhos da vida.
3. É a festa da Missão – A Igreja convida-nos neste dia a renovar o nosso compromisso missionário. Quem verdadeiramente encontrou a Cristo, não pode guardá-lo só para si, mas deve anunciá-lo a quem ainda não o encontrou… Nem todos conseguem ver a luz de Cristo. Nós temos a missão estupenda e exigente de ser o seu “reflexo”. Como Maria e José, mostremos Cristo ao nosso mundo, que anda à procura do Senhor. Brilhe na nossa vida a estrela de Belém para que nunca percamos o rumo que Deus traçou para cada um de nós.
4. Virão adorar-Vos, Senhor, todos os povos da terra “Adorar é um gesto de amor que muda a vida. É fazer como os Magos: levar ao Senhor o ouro, para Lhe dizer que nada é mais precioso do que Ele; oferecer-Lhe o incenso, para Lhe dizer que só com Ele se eleva para o alto a nossa vida; apresentar-Lhe a mirra – com ela se ungiam os corpos feridos e dilacerados – como promessa a Jesus de que socorreremos o próximo marginalizado e sofredor, porque nele está o Senhor. Habitualmente, ao rezar, sabemos pedir, agradecer ao Senhor; mas a Igreja deve progredir ainda mais na oração de adoração. Devemos crescer na adoração; a oração de adoração é uma ciência que temos de aprender todos os dias: rezar adorando” (Papa Francisco).
5. Epifania de Jesus: Deus revela-se como luz para toda a humanidade. É Ele o Salvador do mundo. É Ele que do presépio dá lições de mansidão e de paz. São os magos que nos dizem que Ele é o caminho para o entendimento entre nós. Que a luz de Belém ilumine o mundo inteiro. Que todos os povos Te louvem, Senhor. Chama para Ti as multidões que Te ignoram na indiferença dos dias. Diz-lhes que só Tu tens Palavras que dão a verdadeira vida. “A Epifania não é outro mistério, é sempre o mesmo mistério da Natividade, mas visto na sua dimensão de luz: luz que ilumina cada pessoa, luz para ser acolhida na fé e luz para ser levada aos outros na caridade, no testemunho, no anúncio do Evangelho”, afirmou o Papa Francisco no ano passado. E acrescentou que “esta luz tem o poder de atrair todos, próximos e distantes, e todos se põem a caminho para a alcançar” e, portanto, “é uma visão que abre o coração, que alarga o respiro, que convida à esperança”. Embora “as trevas estejam presentes e ameaçadoras na vida de cada pessoa e na história da humanidade, a luz de Deus é mais poderosa. Trata-se de a acolher a fim de que possa resplandecer para todos”.
Darci Vilarinho