Liturgia da Epifania do Senhor

A Estrela de Belém

Is 60, 1-6; Ef 3, 2-8; Mat 2, 1-12

A Epifania, ou festa dos Reis, é o mistério do Natal que se revela ao mundo inteiro. Se na noite de Natal os anjos cantam, na vinda dos Magos o mundo adora. É Cristo que do presépio dá lições de mansidão e de paz. Paz tão necessária e tão ameaçada precisamente porque as bombas de destruição continuam a cair sobre tantos pontos do globo. São os magos que nos dizem que Ele é o caminho para que as pessoas se entendam. É uma salvação oferecida a todos os povos. Ninguém a pode ignorar. Com os Magos caminhamos todos para Belém. Dobramos os joelhos e adoramos. Quem procura o rosto de Deus e o adora, encontra a estrela que o guia pelos caminhos da vida.

Virão adorar-Te, Senhor, todos os povos da terra”. A vinda dos magos do Oriente até Belém revela a vontade divina de salvar, em Jesus, todos os homens. Que todos O conheçam é o objetivo desta festa missionária. Os braços de Maria apresentam-no ao mundo tão lento a compreender o mistério de um Deus que veio habitar no meio de nós. Cada de um de nós poderá ser no mundo um ponto de referência, uma pequena luz para que outros acreditem. Os que, por graça de Deus, já vimos a estrela, podemos ser os olhos de quem caminha pela noite dentro.

A Epifania, citando palavras de São João Paulo II, “é uma festa que nos ajuda a penetrar no sentido profundo da missão universal da Igreja, que se pode entender como um movimento de irradiação da luz de Cristo, refletida no rosto do seu Corpo místico. Trata-se de um movimento que do centro se alarga em todas as direções por meio do testemunho e do anúncio do Evangelho. A Igreja deverá ser como a estrela de Belém, capaz de refletir a luz de Cristo, a fim de que os homens e os povos em busca de verdade, de justiça e de paz, se ponham a caminho em direção a Jesus, único Salvador do mundo”.

Renovar o nosso compromisso missionário pode bem ser a exigência desta festa. Quem verdadeiramente encontrou a Cristo não pode guardá-lo só para si, mas deve anunciá-lo a quem ainda não o encontrou. Nem todos conseguem ver a luz de Cristo. Nós temos a missão estupenda e exigente de ser o seu “reflexo”. Como Maria e José, podemos e devemos mostrar Cristo ao nosso mundo, que anda à sua procura. Sim, porque a unidade e a paz da grande família humana, que todos anseiam, só serão perfeitamente realizadas quando a fé em Cristo fizer cair as barreiras entre pessoas e entre povos.
Que a luz de Belém ilumine o mundo inteiro. Brilhe também na nossa vida de cristãos para que nunca percamos o rumo, isto é o plano, que Deus traçou para cada um de nós. E que todos os povos, atraídos pela luz de Belém, O conheçam e adorem como único Deus verdadeiro.

Darci Vilarinho