Mensagem para a Comemoração dos Nossos Confrades defuntos
15 de novembro de 2024
Lembremo-nos da santidade
dos nossos confrades defuntos
“Não esquecemos os nossos irmãos e irmãs falecidos. Todos os dias rezamos por eles, especialmente na missa. Como é bonito, nas comunidades, quando se diz: “recordamos o aniversário da morte do confrade ou da irmã…”. Assim, todos são convidados a rezar por eles. (…) A comunidade será sempre constituída por vivos e defuntos, e este vínculo nunca se dissolverá, nem mesmo no céu”. (Tudo pelo Evangelho n.84).
Todos sabemos que o dia de comemoração dos fiéis defuntos é celebrado todos os anos a 2 de novembro, depois do de Todos os Santos. É um aniversário muito importante, uma tradição que encontramos em muitos povos com quem trabalhamos em várias partes do mundo.
Para a Igreja Católica, é uma das celebrações litúrgicas mais importantes, pelo menos desde a Reforma do Rito Romano decidida pelo Concílio Vaticano II. Vivemos em comunhão com os nossos confrades falecidos, recordando a vida que passámos juntos, o seu exemplo de profunda fé e zelo pela missão, e recordamo-los todos os anos no aniversário da sua morte e na comemoração de todos os que partiram, no dia 15 de novembro (cfr. Const. 34).
Fazemo-lo sustentados pela certeza de um dia podermos abraçar novamente os nossos mortos; de facto, para os crentes, a morte não é senão uma passagem que nos levará a encontrar-nos, no encontro definitivo, com aqueles que amamos.
Por outro lado, o mundo de hoje não quer saber da morte. Ele não quer saber da experiência da limitação, nem da perda. Patrocina o prazer imediato, os mitos do novo sucesso. O tempo de luto não é necessário, torna-se cada vez mais distante e abstrato.
Os grandes santos, porém, enfrentavam a morte sem medo, conscientes de que ela os levaria ao encontro com o Senhor. Exemplo disso é São Francisco de Assis que, reconciliado com Deus e consigo mesmo, no fim da sua vida, consegue reconciliar-se também com a morte, tanto que passa a chamá-la sua “irmã”. São Francisco nos ensina a olhar, compreender e considerar a morte como uma “irmã” e, portanto, parte de nós.
Pensamos no fim da vida com apreensão, pois o Senhor nos pedirá que prestemos contas das nossas ações. Esta preocupação impele-nos a rezar por aqueles que nos precederam e a pedir-lhes que intercedam por nós no caminho da vida.
A memória dos nossos confrades falecidos deve tornar-se uma memória viva dos belos momentos passados juntos e, se não os conhecemos pessoalmente, devemos pedir aos missionários mais idosos que nos falem deles ou ler apaixonadamente os seus perfis na coluna “Qui non praecesserunt” no Boletim Oficial do Instituto.
Desta forma, o dia 15 de novembro tornar-se-á o momento culminante de uma recordação que dura todo o ano e “a comunidade será sempre constituída por vivos e defuntos, e este vínculo nunca se dissolverá, nem mesmo no céu”. (Tudo pelo Evangelho n.84).
Na santidade de Allamano encontramos certamente um exemplo a seguir, uma indicação clara da missão do futuro, mas nela vemos refletida também a santidade de tantos confrades que marcaram a história do Instituto, gastando a vida pelo povo, por vezes até ao martírio, nos vários contextos de missão, seguindo o exemplo, ensinamentos e recomendações do “Santo Reitor” da Consolata.
“Segundo o Allamano, santificamo-nos evangelizando e evangelizamos santificando-nos” (XIV GC 28)
Neste sentido, a vida deles tornou-se «semente de santidade» que, semeada nos diversos contextos de missão, ao longo dos anos, produziu frutos de consolação e fraternidade entre os povos. Desde que o Instituto nasceu até hoje, temos 956 missionários falecidos que nos precederam e que, como nós, celebram a santidade do Fundador no céu.
Para eles, a exemplo de Allamano, não houve momentos e lugares específicos de santificação, mas entenderam que toda a vida deve ser santificada e que a santidade «para» a missão é ao mesmo tempo santidade «na» missão.
Recordemos, pois, o exemplo desta «santidade missionária» dos nossos confrades, para que nos encoraje a realizar, com a mesma dedicação e zelo, o serviço da missão. Mesmo que já não estejam connosco, a luz da sua santidade permanece em nós e deve continuar a iluminar os nossos passos.
Assim se compreende a confidência do santo Fundador: «O dia de comemoração dos defuntos não é para mim um dia de tristeza, mas de alegria, não ouso dizê-lo aos outros, mas vós compreendeis». (São José Allamano)
De facto, somos sustentados pela certeza de que a ressurreição de Jesus abriu o caminho que conduz à Vida, porque: «Todo aquele que vê o Filho e n’Ele crê tem a vida eterna». (Jo 6,47).
Pelos nossos confrades e irmãs, familiares, benfeitores e amigos defuntos, rezamos:
Dai-lhes Senhor o eterno descanso entre os esplendores da luz perpétua. Descansem em paz. Amém
James Bhola Lengarin IMC, Superior Geral
Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.
Deixe a sua opinião