O missionário italiano António Rossi, de 86 anos, faleceu na noite de quarta-feira, 15 de junho, no Hospital de Santo André, em Leiria, onde estava internado devido a problemas de saúde. A trabalhar em Portugal há mais de 50 anos, enquanto membro do Instituto Missionário da Consolata (IMC), o sacerdote tornou-se conhecido dos cristãos quer pela disponibilidade permanente para dar apoio espiritual, quer pelas Missas que celebrava na Capelinha das Aparições, todos os dias, às 07h00. Celebrou mais de 8.500.
«Podemos contar com mais um intercessor que reza por cada um de nós, pelas nossas comunidades, pela Região Portuguesa à qual dedicou mais de 50 anos de sua vida sacerdotal, e pelo nosso Instituto que tanto amou e serviu. Agradeçamos a Deus pela vida e o ministério sacerdotal do padre Rossi: sobretudo pelo seu exemplo de oração e de dedicação à consolação de tantas pessoas aflitas no corpo e no espírito mas também pelo imenso trabalho realizado com inteligência e dedicação para ajudar as nossas missões», afirmou o Superior Provincial dos Missionários da Consolata em Portugal, padre Eugénio Butti, numa mensagem enviada à comunidade.
Descendente de uma família humilde da zona de Brescia, no norte de Itália, António Rossi, cativava com facilidade. Não só pelo cabelo grisalho, o olhar em tons de verde, o sorriso tranquilizador, ou a pose paternal. Era também pela convicção, pela felicidade de uma vida em comunhão, pelo calor que transmitia na relação com os outros, pela mensagem que deixava.
«A missão não é um lugar, mas uma maneira de ser, de disponibilidade para o encontro com Deus, para o encontro com os nossos irmãos», disse o sacerdote em entrevista a FÁTIMA MISSIONÁRIA, quando se preparava para celebrar os 50 anos de ordenação sacerdotal. António Rossi entrou no seminário dos Missionários da Consolata, aos 22 anos, com o sonho de ir evangelizar para a Colômbia. Acabou em Fátima, com a ‘desculpa’ que vinha para aprender o português. Andou pelos bairros pobres de Lisboa, no tempo do Estado Novo, e surpreendeu os destinatários das suas ações de animação missionária, quando apareceu com um projetor de películas de oito milímetros.
Texto: Francisco Pedro
Foto: Ana Paula Ribeiro