Celebramos a Esperança e a Salvação

Leia a Mensagem de Natal do Padre James Lengarin, Superior Geral dos Missionários da Consolata.

 

 

“Nosso Senhor achou por bem rebaixar-se a ser Menino. O presépio fala-nos da humildade e da simplicidade de Nosso Senhor. Se Ele se fez pequeno, por que razão não haveremos nós de nos fazer pequenos também? […] Exercitemo-nos nas virtudes que são próprias deste santo Menino –simplicidade e humildade”. (Tudo pelo Evangelho, 61)

 

No caminho do Advento, paramos para refletir sobre o sentido profundo do Natal, no horizonte contemplado pelos nossos olhos, contido no anúncio dos Anjos aos pastores, que chegou até nós através dos séculos com a sua mensagem de esperança: “Hoje nasceu para vós, na cidade de David, um Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lucas 2,11).

 

O Natal está enraizado no amor do Senhor dado gratuitamente à humanidade, uma festa especial que comemora a entrada do divino no humano, a descida de Deus que escolhe fazer-se homem, em Jesus de Nazaré, nosso Salvador.

 

Nós, missionários, sabemos bem, por experiência direta, quantas pessoas vivem no medo e na perplexidade, por causa da incerteza do futuro, das catástrofes ecológicas, da fúria das guerras, da injustiça e da violação dos direitos humanos que causam sofrimento e pobreza a populações inteiras.

 

Neste contexto histórico contemporâneo, à mercê de uma “economia que mata”, as palavras do profeta ressoam com uma atualidade desarmante: “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; para aqueles que habitavam nas sombras da morte, uma luz começou a brilhar” (Isaías 9,2). Esta é a nossa certeza, a luz do Menino Jesus ilumina as trevas, alimenta a esperança e pede-nos que lutemos por um mundo mais justo, com “a luz” da consolação do Senhor.

 

A troca de presentes, a partilha de refeições com a família, com as pessoas e nas nossas comunidades são tradições centradas na união, na bondade e na gratidão pelo Senhor que “amou tanto o mundo que deu o seu Filho único, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3,16). Este dom incomensurável deve ser transformado em gestos de serviço e de amor fraterno nas nossas comunidades e para com os pobres, os necessitados, os migrantes e os sem-abrigo das grandes cidades.

 

Acreditamos que ninguém é tão pobre que não tenha nada para dar ou partilhar no Natal: um sorriso, tornar-se vizinho, estender a mão, um coração acolhedor, especialmente durante a época festiva para ser “luz na escuridão” para aqueles que estão marginalizados e perderam a esperança.

 

Hoje será um Natal especial para todos nós, na medida em que a oração pessoal e comunitária, os momentos de convívio e de festa forem acompanhados e iluminados pela santidade do nosso Fundador. Imaginemo-lo no presépio, convidando-nos a “exercitar aquelas virtudes que são próprias do Santo Menino: a simplicidade e a humildade” e depois mostrando-nos o caminho para o encontrar e servir nos mais pobres e distantes. Sim, será o primeiro Natal na companhia de São José Allamano, uma grande responsabilidade para todos nós!

 

Continuemos, pois, todos juntos a agradecer ao Senhor pela canonização do nosso amado Pai e Fundador, e por milhares de outras graças que o Bom Deus nos concedeu a nós e a todo o Instituto, por seu intermédio: “Alegrai-vos sempre no Senhor; mais uma vez vos digo, alegrai-vos” (Fil 4,4). Que os nossos corações se encham de alegria ao celebrarmos o nascimento de Jesus que traz a paz às nossas almas e ao mundo: “paz na terra aos homens” (Lucas 2,14) é a mensagem que somos chamados a partilhar.

 

São Paulo recorda-nos “…as três coisas que permanecem: a fé, a esperança e a caridade; mas a maior de todas é a caridade!” (1 Coríntios 13,13). Podemos cultivar estas virtudes em nós próprios e nas nossas relações, criando um mundo que seja reflexo do amor e o perdão do Senhor.

 

Neste Natal, partilhemos generosamente e estendamos a todos o abraço do amor de Deus. Que a paz e a alegria deste tempo litúrgico encham as nossas comunidades, as nossas casas e os nossos corações, recordando-nos o verdadeiro motivo desta celebração: o nascimento do nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo.

 

A todos vós, queridos irmãos e irmãs, familiares, amigos e benfeitores, obrigado por estarem ao nosso lado neste ano tão especial para toda a Família da Consolata. Que o vosso Natal seja cheio de paz, alegria e bênçãos!

 

Peçamos a Maria “mulher da expetativa” que nos ajude a estar vigilantes para acolher o Menino que vai nascer, nas nossas vidas e para O ver presente nas pessoas que nos rodeiam.

 

Desejo-vos um Feliz Natal cheio de bênçãos e de amor e um próspero Ano Novo de 2025 cheio de esperança e de renascimento no Espírito.

 

Padre James Lengarin, Natal 2024

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