O trabalho dos missionários e missionárias da Consolata no Bairro do Zambujal fez nascer, há dez anos, a CAZAmbujal Associação Recreativa, sobretudo conhecida pelo nome CAZA. A associação tem como propósito formar e educar crianças e jovens do bairro, “com valores e bons princípios humanos”, explicam os envolvidos nesta iniciativa, que conta com o contributo de “dezenas de voluntários”.
No Bairro do Zambujal, a CAZA dispõe de três espaços, onde se desenvolvem atividades de formação e ocupação de tempos livres a nível físico, afetivo, social, intelectual e espiritual, abarcando a música, dança, pintura, desporto, educação e catequese. São realizadas caminhadas, aulas de ballet infantil, capoeira, aulas de alfabetização para adultos e rastreios de diabetes e tensão arterial gratuitos.
Os espaços da associação são ainda usados para o convívio de pessoas reformadas e para a realização de exercício físico. Muitas das ações são ocasiões de sensibilização para alguma temática, e são feitas percorrendo as ruas do bairro. No âmbito da ação da associação, são ainda distribuídos cabazes de alimentos e de roupa. A CAZA “alcança, direta e indiretamente, cerca de 200 pessoas mensalmente, num total de 45 agregados familiares”.
As suas intervenções têm possibilitado a adultos aprender a escrever e a ler, e têm permitido a pessoas mais velhas superar o isolamento e a solidão a que estão sujeitas.
Transformar sonhos
É precisamente para continuar a apoiar esta comunidade, que o projeto anual dos missionários da Consolata em Portugal para o próximo ano, vai reunir fundos para aqueles que residem neste bairro. O projeto tem como nome “Bora lá estudar!”, e como mote “Vamos ajudar estas e outras crianças a construir o futuro?”
A meta está bem delineada. “Queremos dar continuidade a este valioso projeto, visando alcançar o máximo de jovens e crianças do Bairro do Zambujal, para as ajudar a construir um futuro melhor”, referem os Missionários da Consolata, que deixam um apelo. “Ajude-nos a concretizar este sonho, contribuindo com a sua oração e doação. A sua cooperação faz a diferença! Estes jovens e crianças precisam de nós e você pode ajudar!”, sublinham.
Como tudo começou
Os Missionários da Consolata trabalham em prol da promoção humana nos continentes africano, americano, asiático e europeu. Em Portugal, a congregação está presente em vários pontos do país, e foi há 19 anos, que a partir de uma das suas comunidades no Cacém, a ordem religiosa entrou em contacto com o Bairro do Zambujal. Os missionários começaram por visitar famílias e fazer momentos de oração num espaço amplo no rés-do-chão de um prédio. Com o passar do tempo, o trabalho pastoral “tornou-se cada vez mais exigente e a pedir uma maior presença e continuidade pastoral e espiritual junto da população”, recordam os missionários. “Foi assim que os Missionários da Consolata decidiram ir mesmo viver para o Bairro do Zambujal”, há dez anos. Era então “um novo conceito de comunidade, mais de inserção com morada no terceiro andar de um prédio de habitação, tendo como vizinhança famílias de várias etnias”, lembra a congregação religiosa.
A decisão de ir morar para aquele bairro surgiu com o propósito de “estar no meio do povo, mais próximos das pessoas que ali moram e, assim, inseridos nesta realidade, poderem desenvolver, desde dentro e com maior eficácia, novos projetos de pastoral, promoção humana, intervenção social e de evangelização”. Desta forma, os missionários da Consolata “descobriram que às portas de Lisboa há um bairro social, que é um autêntico campo de missão”.
José Matias, sacerdote missionário da Consolata, trabalha e reside neste bairro, juntamente com o padre Geoffrey Menya e o recém-sacerdote Augusto Faustino. Também Ivani Moraes, religiosa missionária da Consolata, residente em Lisboa, desenvolve a sua ação missionária junto deste povo. Através desta presença, os missionários estão “junto dos pobres, a viver e conviver com eles, partilhando a sua vida e a sua história”, dando “voz e vez a estas pessoas, tantas vezes esquecidas”, refere a ordem religiosa.