Texto: Jaime Patias
O Reitor do Santuário, Cónego Giacomo Martinacci, deu as boas-vindas aos presentes, sublinhando uma das virtudes de S. José Allamano a pôr em prática na nossa vida e na vida da Igreja: a “confiança” em Deus e na Consolata, a quem entregou todo o seu trabalho.
Os espaços do santuário encheram-se de fervor e de oração, mas também de festa, de cor e de musicalidade, a do coro a ensaiar os seus cânticos. Uma igreja viva, vinda dos quatro cantos do mundo, adornou-a e acolheu também as pessoas que nos seguiam de longe graças à ligação em direto (via Youtube) que acompanhou todas as celebrações destes dias festivos.
Foi a partir desta casa da Consolata que São José Allamano enviou os seus primeiros missionários ao mundo, e hoje esta mesma casa recebe os frutos abundantes da diversidade cultural representada por missionários, fiéis e peregrinos dos mais diversos contextos geográficos. O Santuário, lugar de partida dos missionários da Consolata, está repleto da beleza da missão de Deus.
Allamano: “uma lâmpada que iluminou muitos”
O padre Gianni Treglia, Superior da Região IMC Europa, tomou a palavra e introduziu a celebração em várias línguas: “Neste Santuário, José Allamano passou toda a sua vida e, a partir deste Santuário, foi uma lâmpada que iluminou muitos: sacerdotes, religiosos, leigos, ricos e pobres. José Allamano foi um sacerdote cheio de zelo: sempre pronto a dar a todos uma palavra adequada, um conselho, um sorriso de conforto ou um olhar cheio de ternura. Dois amores arrebataram e moldaram a sua vida”, sublinhou o Padre Treglia, ‘o amor a Jesus na Eucaristia e o amor à Virgem Maria sob o título de Consolata, nossa terna Mãe’. Hoje podemos considerá-lo um santo entre os santos, e por isso damos graças ao Senhor”.
Cânticos em várias línguas, animados pelo esplêndido coro dos missionários e das missionárias da Consolata, harmonizaram a celebração presidida por D. Alessandro Giraudo, bispo auxiliar de Turim. Na sua homilia, convidou-nos a seguir o exemplo de S. José Allamano na escuta da Palavra de Deus e a colocar Cristo no centro da nossa vida e da nossa missão. “Ele – recordou o bispo – continua a mostrar-nos que não devemos perder a consciência de que se o Senhor não for o protagonista, a nossa vida acaba por se encher de tantas coisas, talvez até de boas obras e de zelo apostólico, mas corremos o risco de nos dispersarmos”. A santidade de José Allamano resplandece porque permaneceu profundamente unido a Cristo e viveu sempre confiante em Deus; desejou que outros conhecessem o Evangelho e se apaixonassem pela sua palavra de vida; experimentou a doçura da consolação de Maria e com ela envia-nos ao encontro da vida e do coração dos homens de perto e de longe”.
Alessandro explicou que “o Evangelho continua a cumprir-se sempre que também nós nos tornamos instrumentos nas mãos de Cristo; somos portadores da sua palavra e da sua presença; saímos de nós próprios para entrar na vida daqueles que Deus coloca no nosso caminho”. Segundo o bispo, “S. José Allamano soube pôr os outros em movimento e ser pai sem se substituir ou confundir com os seus filhos e filhas”.
“Igreja de Turim recebe um grande dom”
Para continuar a levar a luz do Evangelho ao mundo, devemos valorizar e multiplicar os seus ensinamentos. O milagre que a Igreja reconheceu como um sinal de santidade, a cura prodigiosa de Sorino Yanomami, é o milagre que acontece quando, deixando-nos guiar por Deus, aprendemos a cuidar dos outros.
Em São José Allamano, a Igreja de Turim recebe ainda um grande dom: um caminho concreto de santidade oferecido a todos e ao alcance de cada um. Este dom, através dos seus filhos e filhas, chega também às pessoas de todas as partes do mundo.
O cântico final exprime bem o momento festivo e o compromisso que brota desta celebração: “A tua luz, ó Consolata, ilumina o nosso longo caminho, queremos seguir os teus passos… Regina caeli laetare”.
Após a celebração, todos se reuniram no pátio do Santuário, onde puderam ver uma exposição sobre a vida de São José Allamano. De seguida, organizados em grupos linguísticos, dirigiram-se ao Serviço de Acolhimento da Juventude Missionária (SERMIG) para almoçar e visitar as instalações.
* Padre Jaime C. Patias, IMC, Comunicação Geral