Liturgia do 29º Domingo Comum – Ano B

20 de Outubro de 2024
Is 53, 2.10-11; Heb 4, 14-16; Mc 10, 35-45

 

Gastar a vida pelos outros
1. “Não deve ser assim entre vós: Quem entre vós quiser tornar-se grande, será vosso servo, e quem quiser entre vós ser o primeiro, será escravo de todos; porque o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida pela redenção de todos”.
É esta a grande lição de Jesus: para os seus discípulos que manifestavam sonhos pessoais de ambição, de grandeza e de poder; e para todos nós, tentados tantas vezes a seguir esses mesmos caminhos. O caminho que Jesus propõe à sua comunidade é outro: fazer como Ele “que não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida”.
É assim que se apresenta Jesus: como aquele que veio para servir dando a vida. É a mais bela definição de Deus. Deus ao serviço do homem. Os homens fazem-se servir, mas Deus coloca-se totalmente ao serviço do homem. Para Jesus o poder traduz-se por serviço.

 

2. Celebra-se neste penúltimo domingo de outubro o Dia Missionário Mundial. Sabemos que a missão no mundo de hoje é um empenho de todos os cristãos. Mas perguntemo-nos: O que é a Missão? Porque é que se vai em Missão? Porque é que a Igreja só o é verdadeiramente, se for missionária?
A Missão é fundamentalmente o grande anúncio do Reino de Deus no meio de nós feito por Jesus e continuado pelos seus apóstolos. Jesus, o enviado do Pai e nós, os seus enviados.
A Missão é a alegria de conhecer a Deus como Pai e como amor, anunciando aos outros, tal como fizeram os apóstolos, a pessoa e a obra de Cristo, o Filho Unigénito do Pai. Acreditar que Deus me ama imensamente é uma alegria que contagia.
A Missão é crer que Jesus morreu, dando a vida por todos (2 Cor 5, 12), também por aqueles que não o sabem. Como S. Paulo que não conheceu Jesus durante a sua vida terrena, também eu e cada um de nós, podemos afirmar: “Ele me amou e a si mesmo entregou por mim” (Gal 2, 20).
A Missão é seguir os passos de Nossa Senhora que, consciente de levar no seu ventre o Salvador do mundo, “pôs-se a caminho e dirigiu-se à pressa para a montanha a uma cidade da Judeia” (Lc 1, 39).
A Missão é levar ao mundo o fogo que Jesus veio trazer à terra ansiando que ele seja ateado (Lc 12, 49). É difundir “a luz verdadeira, que ilumina todos os homens”(Jo1,9).
É dar a vida “pela salvação do mundo”, é comunicar essa vida que nos trouxe Aquele que veio “para que tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10, 10).
É ser no mundo testemunhas do Ressuscitado: “Recebereis a força do Espírito Santo… e sereis minhas testemunhas… até aos confins da terra” (At 1, 8).

 

3. “Primeiro santos, depois missionários”, assim exortava os seus filhos José Allamano. Só a nossa santidade pode conduzir as almas para Deus. Pouca gente sabe que o Fundador dos Missionários e Missionárias da Consolata, juntamente com alguns superiores gerais de Institutos missionários, escreveu em 1912 uma carta ao Papa Pio X, na qual denunciava a ignorância dos fiéis e a insensibilidade da jerarquia perante a causa missionária pedindo que interviesse propondo pelo menos um Dia Missionário Mundial para difundir entre o povo cristão esta sensibilidade missionária. Por causa da 1ª Grande Guerra, a proposta só será atendida em 1926 pelo Papa Pio XI. Mas, por curiosa coincidência, será precisamente no Dia Missionário Mundial de 20 de outubro de 2024 que José Allamano será canonizado e proposto ao mundo como um grande apóstolo da Missão.
Do Paraíso onde se encontra com tantos seus filhos e filhas que abraçaram o seu carisma, que ele nos abençoe a todos e faça crescer em nós o espírito missionário.

 

Darci Vilarinho

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