1 de janeiro 2023
Num 6, 22-27; Gal 4, 4-7; Lc 2, 16-21
O Senhor te seja favorável
1. “O Senhor te abençoe e te proteja. O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face e te seja favorável. O Senhor volte para ti os seus olhos e te conceda a paz”. São palavras da liturgia que a Igreja coloca nos nossos lábios neste novo ano que Deus nos concede. São votos da Igreja, mãe e mestra, que conhece perfeitamente o que mais nos é preciso. O essencial é que o Senhor verdadeiramente esteja no meio de nós e guie os nossos passos, porque o resto virá por acréscimo.
2. Nasce um ano novo. Como é que ele será? Apesar de termos saído ou quase de um ano marcado pela pandemia do COVID 19, temos que continuar alerta. A guerra criminosa provocada pela Rússia na invasão da Ucrânia é um problema mundial acrescido. As previsões apontam para um ano ainda muito difícil no campo da saúde e no campo económico e social com uma inflação galopante. Há por isso nuvens prenunciadoras de dias difíceis. Sobretudo para os mais desfavorecidos. É uma crise que está para durar. Acresce ainda o facto de numerosos refugiados à procura de um porto seguro e tantas guerras que parecem infindáveis.
Mas tenhamos esperança. A mensagem trazida pelo Anjo na noite de Natal é cada vez mais oportuna: “Não temais porque vos anuncio uma grande alegria para todo o povo: nasceu-vos hoje, na cidade de David um Salvador, que é Cristo Senhor. Ele é portador da misericórdia e das bênçãos do Céu. É por isso que podemos rezar neste primeiro dia do novo ano: “Deus se compadeça de nós e nos dê a sua bênção” para trilharmos sempre os seus caminhos e semearmos o bem por toda a parte.
3. Vivemos num tempo habitado pelo próprio Deus, e por isso um tempo sagrado. A história humana ou a minha história pessoal não é uma série de acontecimentos sem sentido. É o espaço que nos é concedido para realizar o projeto de Deus sobre nós.
Seja este um ano abençoado pela Mãe de Deus e nossa Mãe. Ela nos dirá como acolher, à luz do Evangelho, os acontecimentos de cada dia. Ela nos ensinará a sorrir mesmo na adversidade, conservando e meditando, como Ela, a Palavra de Deus no nosso coração. Violência, ódios, guerras, arrogância e injustiças são infelizmente o pão de cada dia e podem desnortear a nossa vida. Precisamos de um acréscimo de esperança para que na responsabilidade pessoal e comunitária sintamos que é possível dar a volta a tudo isto. A todos nós é confiada a missão de abrir novos caminhos de fraternidade entre pessoas e entre povos para a construção de uma única família humana.
4. É o Dia Mundial da Paz. A paz, que os anjos anunciaram aos pastores na noite de Natal é uma aspiração profunda de todas as pessoas e de todos os povos, sobretudo de quantos padecem mais duramente pela sua falta. Na sua mensagem para este primeiro dia do ano 2023, o Papa diz-nos que “ninguém se pode salvar sozinho. Juntos, recomecemos a partir do Covid-19 para traçar sendas de paz”. Lamenta que o mundo deva agora enfrentar “uma nova e terrível desgraça”, uma nova guerra, um flagelo comparável em parte ao Covid-19, mas pilotado por opções humanas culpáveis”, uma guerra que “ceifa vítimas inocentes e espalha a incerteza, não só para quantos são diretamente afetados por ela, mas de forma generalizada e indiscriminada para todos, mesmo para aqueles que, a milhares de quilómetros de distância, sofrem os seus efeitos colaterais”. E convida a mudar o coração e tomar novas atitudes dado que as várias crises morais, sociais, políticas e económicas da humanidade estão “todas interligadas” e devem ser enfrentadas “com responsabilidade e compaixão”.
A todos desejo um ano feliz!
Darci Vilarinho