Liturgia do 2º Domingo da Páscoa – Ano C

24 de abril 2022
At 5, 12-16; Ap 1, 9-19; Jo 20, 19-31

 

Eterna é a Sua Misericórdia

“Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus, colocou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco»”.

 

1. “Estando fechadas as portas” – O medo pode paralisar a evangelização e bloquear as nossas energias. O medo não é cristão. Com o medo não é possível amar o mundo, tal como o ama Deus. É preciso olhar para o mundo e amá-lo com os olhos e o coração de Deus. Jesus não quer que as portas do nosso coração estejam fechadas. Com as “portas fechadas” não é possível ver e escutar o que se passa lá fora. Não é possível captar a ação do Espírito Santo no mundo. Não se abrem espaços de encontro e de diálogo. Não há confiança no ser humano, há receios mútuos e preconceitos. Jesus quer as portas da Igreja, as nossas portas, abertas: para poder entrar com o seu Espírito, para nos dar a capacidade de dialogar com todos e levar o anúncio da ressurreição ao mundo inteiro. É a nossa missão.

 

2. “Jesus veio colocar-se no meio deles” – No meio dos Apóstolos reunidos no cenáculo. Assim hoje no meio de nós. Foi para isso que ressuscitou: para formar um povo unido à sua volta, convocado e enviado a anunciar a sua Ressurreição. A Igreja é a assembleia festiva que torna presente, celebra, anuncia e proclama a Ressurreição do Senhor. Tomé não estava com eles e por isso não acreditou. A fé nasce desta presença viva de Jesus entre os irmãos. É viver como Cristo vive, é estar onde Ele está, é estar em comunhão com toda a Igreja, é acreditar no que Pedro acredita, é viver em comunhão com todos. “Vimos o Senhor”. A partir de agora, para acreditar como Tomé, tenho que tocar Cristo e entrar em relação pessoal com Ele. Tocar-lhe as chagas, cair de joelhos e professar: Meu Senhor e meu Deus.

 

3. “Cada vez mais gente aderia ao Senhor pela fé”, narram os Atos dos Apóstolos na 1ª leitura deste 2º Domingo da Páscoa. As pessoas aderiam pela força de Cristo Ressuscitado, presente entre os Apóstolos. Pelo testemunho da comunidade dos seguidores de Jesus. Pelo amor concreto que havia entre todos. Hoje, como ontem, é necessário que mais gente adira ao Senhor. Pela graça de Cristo Redentor, pela nossa comunhão com Ele, pelo anúncio missionário que fazemos, pelo testemunho da nossa fé e da nossa esperança, por todos os gestos de bem-fazer.

 

4. “Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom, porque a eterna a sua misericórdia”, rezamos nós, neste Domingo, com o salmo responsorial. É o Domingo da Misericórdia. Detenho-me no gesto do Mestre, que transmite aos discípulos receosos e admirados a missão de serem ministros da misericórdia divina. Soprando sobre eles, Jesus confia-lhes o dom de “perdoar os pecados”, dom que brota da ferida do seu lado trespassado: uma vaga de misericórdia para toda a humanidade. Que a minha vida, a tua vida, e a vida de todos os cristãos, à imagem do Senhor Ressuscitado, sejam portadoras desta misericórdia para com todos.

 

Darci Vilarinho