Mulheres Missionárias da Consolata assinalam 20 anos de fundação

As Mulheres Missionárias da Consolata (MMC) de Lisboa, festejaram esta segunda-feira, 6 de dezembro, os seus 20 anos de fundação. Foi uma tarde de oração, partilha, celebração e festa na casa dos Missionários da Consolata, nos Olivais.

 

Lisboa, 07 dez. 2021 – Os festejos do 20º aniversário das Mulheres Missionárias da Consolata (MMC) de Lisboa, ligadas à Comunidade dos Missionários da Consolata (IMC) nos Olivais, tiveram lugar na tarde desta segunda-feira, 6 de dezembro, nas instalações do IMC. O encontro iniciou com um momento de oração, seguindo-se um tempo para partilha de experiências sobre esta caminhada de 20 anos, tanto por parte das integrantes do grupo como dos missionários da Consolata ali presentes que, direta ou indiretamente, as acompanharam até ao tempo presente. Seguiu-se um momento de Adoração e, depois, a Eucaristia, presidida pelo padre Bernard Obiero e concelebrada pelos padres daquela comunidade assim como de três missionários que vieram da comunidade IMC de Fátima para participarem neste evento. Foi uma tarde bem passada e que ajudou mais uma vez a perceber o alcance e a riqueza de um carisma – herdado do fundador, o Beato Allamano – que une e faz crescer a Família Consolata e a missão.

 

“Ninguém foi capaz de lhe dizer que não!”
Um dos momentos fortes da tarde foi a partilha de experiências ligadas à história e ação missionária deste grupo de mulheres comprometidas com a missão. Muitos citaram a fundadora e primeira presidente do grupo, Georgina Duarte, a quem todos se referem simplesmente como Gina, entretanto falecida.
Filomena Pires, atual presidente das MMC, diz que nunca teve intenção de ser missionária, e não conhecia a Consolata, “mas quando a Gina voltou daquela peregrinação a Turim com aquele fogo todo, ninguém foi capaz de lhe dizer que não”, recorda. “A partir daí fizemos uma caminhada de progresso espiritual, de coerência de vida, de conhecer o grandiosa espiritualidade de Allamano”, acrescenta. E deixa escapar um sentimento de tristeza: “Tenho muita pena que a Gina tenha falecido, ela que era tão santa, tão pura …”, e, ainda, uma lamentação: “A única mágoa é não ter gente nova no nosso grupo”. Um grupo com uma media de idades já um pouco alta. A mais idosa, Maria de Deus, de 93 anos, já não pode vir às reuniões, mas fica na história das MMC nos tantos e belíssimos jogos de bordados litúrgicos que fez para dezenas de missionários e missões da Consolata.
Júlia Martins, uma das últimas a chegar a este grupo missionário, diz “Gosto muito de cá estar. Estou cá há pouco tempo, mas tenho aprendido muito aqui neste grupo”.
Já a Fernanda Guiomar, que faz parte do grupo fundador da MMC, recorda os primeiros passos, diz que que ficou sensibilizada pelo Retiro que fez na Certosa, no norte da Itália, inserido numa peregrinação pelos lugares ligados ao Fundador e à Consolata, promovida pelo P. Elísio. Foi também nessa oportunidade que contactou com as MMC da Itália, ali conhecidas como “Dame Missionarie”, em quem encontrou inspiração. “Sou MMC de coração”, confessa. E para manter a chama, diz: “Rezo a oração das MMC todos os dias”.

 

Sacrários e quadros para Moçambique
Gratidão por ter descoberto e agora pertencer a este grupo de espiritualidade e ação missionária, é um sentimento também manifestado por Maria Eduarda: “O convite a ser MMC aceitei-o com muita alegria pois veio complementar o que eu sentia no meu coração”.
Todos os padres presentes partilharam algumas memórias e experiências da sua caminhada com as MMC. Uns estão especialmente agradecidos pela ajuda que eles e as missões onde trabalharam receberam por parte delas. Nesta linha, está o testemunho, por exemplo, dos padres Darci, Joaquim, Simão, Manuel, Albino e também do Padre Marçal, atual orientador espiritual do grupo.
“O apoio litúrgico que vocês sempre deram foi fantástico. Os sacrários e os 150 quadros de Nossa Senhora da Consolata para por nas Igrejas e capelas das nossas missões em Moçambique, foi uma grande dádiva!”, lembrou o P, Simão Pedro, atual diretor do Secretariado de Animação Missionária do Grupo IMC Portugal.
De resto, foi unânime o agradecimento pelo serviço ao Evangelho e à Missão. “Somos voluntárias a trabalhar para missão. Isto é um caminho bonito, de fazer o bem. Sinto-me muito reconfortada, de servir a Deus neste caminho”, disse Filomena Pires.

 

Encontro transformador
A Adoração, que esteve sempre presente na vida espiritual das MMC ao longo destes 20 anos, cujos encontros semanais foram entretanto interrompidas pelos confinamentos e constragimentos desta pandemia, foi outro momento forte deste encontro.
Na Eucaristia, o padre Bernard Obiero citou Allamano, que sonhou uma família alargada de padres, irmãos, irmãs e leigos ao serviço da Missão. Recordou algumas das tantas iniciativas missionárias que as MMC têm tido ao longo destes anos, como as exposições missionárias, o financiamento e apoio a missionários e respetivos projetos, e as tantas alfaias litúrgicas que fizeram ao longo de todos estes anos. Um grupo sempre disponível para as necessidades dos missionários e da missão, segundo as suas possibilidades. “O encontro com Deus deve transformar a vida de cada um de nós”. E assim aconteceu com estas mulheres, “que passados 20 anos, elas, e também nós, possamos continuar a glorificar a Deus com as nossas vidas”, rematou o presidente da celebração.
O encontro terminou com um lanche no salão.
E que venham mais 20!
Oficialmente, o aniversário da fundação das MMC foi no dia 5 de dezembro, mas como era domingo adiaram as celebrações para o dia seguinte, segunda-feira, 6 de outubro.

 

MULHERES MISSIONÁRIAS DA CONSOLATA
Assim se definem:
Identidade – Mulher leiga, animada por uma fé esclarecida, apaixonada por Deus, consciente da sua missão cristä; disposta a colaborar com os Missionários da Consolata, servindo a família e a comunidade nos locais onde vive, com discrição, amor e alegria, à semelhança de Maria em Caná da Galileia.
Finalidades – Viver o mesmo espírito dos Missionários da Consolata, com oração e sacrificio pelas missões. Difundir o ideal missionário. Trabalhar na confeção de alfaias litúrgicas utilizadas nas celebrações Eucaristicas e outros adornos para a celebração do culto. E dar apoio a projetos dos Missionários da Consolata, de acordo com as possibilidades do movimento e dos seus elementos. Espiritualidade – Inspira-se no carisma do Beato Allamano centra-se no amor à Eucaristia, em Nossa Senhora da Consolata e no ardor missionário.
Lema – O lema das Mulheres Missionárias da Consolata é: “Dai com alegria” (2 Cor 9, 7).

 

Albino Brás