Liturgia do 16º Domingo Comum – Ano C

O que é mais importante?

Gen 18, 1-10; Col 1, 24-28; Lc 10, 38-42

1. Marta e Maria acolheram Jesus na sua casa. Cada uma a seu modo. Duas formas de amar, dois estilos de viver a mesma Palavra de Deus. Saboreá-la e louvar o Senhor pela sua presença ou servir, nas tarefas de cada dia. As duas coisas completam-se. “Da minha oração tenho que sair Marta; para a minha ação tenho de levar Maria”. Na nossa vida quotidiana, temos tanta coisa para fazer. E tudo parece importante. Como é difícil discernir aquilo que é melhor para o momento presente ou para o futuro. Quem nos ajudará a discernir? O Evangelho deste Domingo traz a resposta.

2. Também nas nossas comunidades cristãs e religiosas, encontramos pessoas que fazem muitas coisas, que se dão completamente à missão e ao serviço dos irmãos, que não param um instante… É de louvar e de agradecer às pessoas esta capacidade de doação, de entrega, de serviço; mas não nos podemos esquecer que o ativismo desenfreado nos massacra e asfixia. A mensagem deste Domingo manda-nos encontrar tempo para escutar Jesus, para acolher e “ruminar” a Palavra, para nos encontrarmos com Deus e com nós próprios, para perceber os desafios que Deus nos lança. Se não seguimos esse caminho, corremos o risco de perder o sentido das coisas e o sentido da missão que nos é proposta e facilmente passamos ao lado daquilo que Deus quer de nós.

3. Deixemos, então, que Cristo entre na nossa casa. Acolhamo-lo como o Enviado do Pai, como sua Palavra iluminadora. Escutemo-lo. É Ele quem nos diz o que é mais importante nesta correria desenfreada do nosso mundo. “Marta e Maria são duas formas de amar, dois estilos de viver a única vida espiritual, que consiste em fazer a vontade de Deus”. A tarefa serviçal de Marta e a escuta silenciosa de Maria completam-se. Da minha oração tenho de sair Marta. Para a minha ação tenho de levar Maria. Ação e contemplação. Missão e comunhão. Com Deus e com os homens.

4. Estamos a entrar em tempo de férias, de evasão, de descanso. Nem todos, infelizmente têm essa possibilidade e direito. Tanto mais que a crise económica e financeira não permite muitas paragens; mas, aproveitemos bem do pouco tempo que tivermos à nossa disposição para descansarmos e escolhermos o que é essencial na nossa vida. Que este tempo seja sobretudo uma ocasião para o reencontro connosco, com a nossa família, com os nossos amigos, com Deus e com as nossas prioridades. A oração e a escuta da Palavra podem ajudar-nos a redescobrir o sentido da nossa existência.

Darci Vilarinho