“Vamos ter uma experiência cheia”. Foi assim que Cláudia Torres, mãe da família Valente, se manifestou ao despedir-se no aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, de onde partiram nesta segunda-feira, 30 de julho, rumo à missão do Guiúa, no distrito de Inhambane, em Moçambique. Ali, «vamos estar à disposição, para ajudar no que for preciso», disse Cláudia, com a alegria espelhada no rosto. E fez ainda um pedido: o de poder «contar com a oração de todos».
É uma família composta pelo pai, a mãe e seus quatro filhos, com idades de 9, 12, 15 e 17 anos. O casal Rui Valente e Cláudia Torres, para além das suas competências profissionais estão ligados à sua paróquia do Furadouro, onde se dedicam especialmente às áreas da liturgia e da catequese. Mas a sua caminhada de fé na comunidade paroquial pedia algo mais e foi assim que, recomendados pelo pároco padre Fernando Carneiro, que já trabalhou em várias missões em África, chegaram à fala com os Missionários da Consolata de Águas Santas. Após a necessária formação e preparação com os missionários daquela comunidade, esta família vai finalmente passar um mês no Centro Catequético de Guiúa, em Moçambique, respondendo também ao convite lançado por esta missão, mais especificamente pelo padre Gabriel Casadei, missionário da Consolata que ali trabalha.
O que fazer no Guiúa?
Na missão de Guiúa realizam-se diferentes atividades formativas tais como cursos, encontros, assembleias e retiros. Além disso, esta missão conserva com grande veneração a memória dos 24 catequistas e familiares sepultados no cemitério do Centro, eles que deram a sua vida pela fé no dia 22 de fevereiro de 1992. É também ali a sede da paróquia/missão de Santa Isabel do Guiúa, criada a 4 de julho de 1973. Ocupa uma área de 90 km2 e tem uma população calculada em 13.646 pessoas, dos quais 3.500 são católicos. A paróquia/missão está estruturada em 12 comunidades cristãs.
O Centro acolhe anualmente catequistas e suas famílias para um ano de formação. Por isso é o lugar ideal para a família poder doar-se ao serviço desta missão. Ali terão oportunidade de trabalhar em várias áreas: dar formação aos catequistas e suas famílias; ensinar as crianças a ler e a escrever; dar explicações aos jovens que visitam a biblioteca da missão; dar aulas de informática; formação desportiva às crianças e jovens; visitar as comunidades (são 12); dinamizar os diversos grupos, tais como a Infância-Missionária, Jovens, Acólitos, Apostolado da Oração.
Como vemos, trabalho não falta, tanto para os pais como para os filhos, durante todo o mês de agosto em que vão estar naquela missão. E certamente que a missão também vai receber muito desta família, além de que é uma oportunidade única para o seu crescimento como tal, com a certeza de que irão regressar com a bagagem cheia de experiências novas de fé e de vida.
Além desta família, vários grupos de jovens partem estes dias em missão, inseridos em projetos de Voluntariado Missionário da Consolata (VMC), nomeadamente para Massangulo (Moçambique), Sadani (Tanzania), Marandallah (Costa de Marfim) e Funda e Kapalanga (Angola). Partem também a Cláudia e a Raquel, duas Leigas Missionárias da Consolata (LMC), neste caso para um país da América do Sul, a Argentina.
Thomas Mushi