O padre Eugénio Butti, superior provincial dos Missionários da Consolata em Portugal, advertiu para a tentação, na vida espiritual e missionária, de inverter a ordem das coisas: «Às vezes há o perigo de que as coisas importantes virem secundárias e de que as coisas secundárias virem importantes»
Palavras proferidas na homilia da missa que reuniu a Família Consolata zona sul no Centro Missionário Padre Paulino, no Cacém, neste domingo, dia 28, com o objetivo de assinalar o aniversário de fundação do Instituto dos Missionários da Consolata (IMC) e da Missionárias da Consolata (MC).
O padre Eugénio desafiou ainda os presentes a não perderem o «espirito de família», característica do Instituto e apelou ao vigor missionário, centrado em Cristo: «É preciso que a Família Consolata tenha dentro de si o fogo de Cristo», desafiou.
“Missão e Martírio”
Após a Eucaristia, celebrada às 12h30, seguiu-se um almoço partilhado. Já a parte da tarde ficou preenchida por um momento de reflexão a partir do tema “Missão e Martírio”. O padre Darci Vilarinho apresentou brevemente o protetor anual do IMC e das MC para 2018, dom Óscar Romero. O seminarista Carlos Giraldo fez o enquadramento histórico do tempo em que Romero viveu. E o também seminarista da Consolata Leandro Baseggio, apresentou em profundidade este mártir da Igreja, beatificado pelo Papa Francisco em maio de 2015, desafiando os presentes a recuperarem, na sua vida cristã, a dimensão profética da fé.
Para finalizar, a irmã Ivani Moraes, falou aos presentes da irmã Leonella Sgorbati, missionária da Consolata assassinada em 2006 por extremistas islâmicos, na Somália. O seu martírio e as suas virtudes heroicas foram reconhecidas em novembro de 2017 pelo Papa Francisco. Um decreto que abriu caminho à beatificação da religiosa.
O evento do Cacém juntou padres e irmãos missionários, irmãs missionárias, assim como grupos e pessoas que partilham o carisma, a espiritualidade e a missão com a marca Consolata.
Aniversário do IMC e MC
O aniversário da fundação assinala-se nesta segunda-feira, 29 de janeiro. O Beato José Allamano fundou o IMC a 29 de Janeiro de 1901. Apagam-se 117 velas. No mesmo dia do mês, mas em anos diferentes – a 29 de janeiro de 1910 – funda também as MC, em Turim, na Itália. Completam, agora, 108 anos.
O Beato José Allamano não se considerava propriamente o fundador. Ele dizia: “O Instituto pertence a Deus desde o principio; é d´Ele, como um campo é do seu proprietário. Foi Nossa Senhora que o fundou e os inícios vêm de Deus. Hoje é dia de acção de graças”.
Allamano foi beatificado a 7 de Outubro de 1990, por João Paulo II, em Roma.
Os Missionários e as Missionárias da Consolata partilham, desde a fundação destes dois Institutos, a mesma raiz, o mesmo carisma, a mesma espiritualidade missionária da consolação, a mesma missão na Igreja.
Atualmente, o ramo masculino da Consolata (IMC) conta com 983 missionários. Destes, 744 padres, 47 Irmãos, 15 bispos, 142 estudantes professos e 35 noviços.
Albino Brás