Liturgia do 25º Domingo Comum – Ano A

“Ide vós também para a minha vinha”

Is 55, 6-9; Fil 1, 20-27; Mat 20, 1-16

Abri, Senhor, os nossos corações para aceitarmos a Palavra do vosso Filho. É uma oração que fazemos antes da leitura do Evangelho deste Domingo. Para quê? Para nos convertermos como pede a leitura do profeta Isaías. Converter-nos quer dizer aderirmos à maneira de pensar do nosso Deus: “Tanto quanto o céu está acima da terra, assim os meus caminhos estão acima dos vossos e acima dos vossos estão os meus pensamentos”. Converter-nos quer dizer aceitarmos os convites de Deus. Ele manda-nos trabalhar na sua vinha.

No Evangelho de hoje, Jesus narra precisamente a parábola do senhor da vinha que em diversas horas do dia chama trabalhadores para a sua vinha. E à tarde dá a todos o mesmo salário, uma moeda, suscitando o protesto daqueles da primeira hora. É claro que aquela moeda representa a vida eterna, dádiva que Deus reserva a todos. Aliás, precisamente aqueles que são considerados os “últimos”, se o aceitarem, serão os “primeiros”, enquanto os “primeiros” podem correr o risco de ser os “últimos”. Uma primeira mensagem desta parábola está no próprio facto de que o senhor não tolera, por assim dizer, o desemprego: quer que todos estejam ocupados na sua vinha. E na realidade ser chamado é já a primeira recompensa: poder trabalhar na vinha do Senhor, pôr-se ao seu serviço, colaborar para a sua obra, constitui por si mesmo um prémio inestimável, que recompensa todo o esforço. Mas só o compreende quem ama o Senhor e o seu Reino; pelo contrário, quem trabalha unicamente pelo salário nunca se dará conta do valor deste tesouro inestimável” (Bento XVI).

Estamos em tempo de vindimas. Esta imagem da vinha vai acompanhar-nos neste e nos próximos domingos. É uma imagem facilmente compreensível, sabendo que o agricultor investe na vinha tempo, suor, paciência, preocupação e tantos cuidados para tirar o máximo proveito do seu trabalho.
A vinha é o campo de Deus. É a humanidade, é a Igreja, é o Reino de Deus. Para que ela dê tudo o que melhor pode dar, uma vez que Deus quer sempre o melhor para nós, ele convida-nos a todos e a todas as horas a participar nesta missão.
“Ide vós também para a minha vinha”. Somos todos contratados pelo Senhor. Não há lugar para braços cruzados na vinha do Senhor. Sempre e cada vez mais há trabalho a realizar na Igreja e no mundo.
Pela aliança que fizemos com Ele, fazemos parte do seu Reino. Trabalhar na vinha é pôr cada um, conforme as suas capacidades, tempo e energias ao serviço da Missão. Na vinha de Deus não pode haver desemprego. E receberemos todos da abundância da sua bondade. É essa a moeda de ouro que Ele dará a cada um.
Colaborar com Deus no anúncio do seu Reino é já por si a maior recompensa que Deus nos concede. Todos somos convidados, a horas e modos diversos, a alistar-nos no grupo dos operários do seu Reino. Quem se atreve a responder ao convite?

Darci Vilarinho