Novo diácono Antony Malila: «um mensageiro feliz da alegria do Evangelho»

«A ordenação de um diácono dos Missionários da Consolata e de quatro diáconos permanentes da nossa diocese, constitui um sinal da bênção de Deus derramado sobre o povo que sofre»

São palavras de António Francisco dos Santos, bispo do Porto, que nesta quinta-feira, 8 de dezembro, pelas 16h00, presidiu à celebração da Solenidade da Imaculada Conceição na qual foram ordenados cinco novos diáconos. Na homilia que proferiu a todos pediu que sejam «mensageiros felizes da alegria do evangelho» e que «se renovem sempre nas fontes da alegria, da perseverança e da fidelidade».

Ao receber o diaconado, ele conta-nos como tudo aconteceu e o que o seu coração diz

O diácono não-diocesano referido pelo bispo é Antony Malila Malwe, missionário da Consolata queniano que ingressou nos Missionários da Consolata, em Nairobi, corria o ano de 2006. Naquele tempo, Antony talvez não imaginasse que estaria hoje em Portugal e que seria o protagonista principal desta notícia.

Agora, ao receber o diaconado, ele conta-nos como tudo aconteceu e o que o seu coração diz. Antes de «tomar a decisão de seguir a minha vocação», explica, «tive muitos diálogos com o padre Atílio Lerda», missionário da Consolata italiano, entretanto falecido. Se, antes, sentia algum fascínio pelas «vestes que os padres usavam», explica, mais tarde começou a perceber que o que o fascinava de verdade era a perspetiva de servir, de «poder servir como os missionários» que ele conhecia faziam. «Essa questão do serviço tocou-me muito», confessa.

Após a morte do padre que o acompanhou, passou algum tempo antes de tomar qualquer decisão e chegou mesmo a «ser convidado pelos diocesanos a entrar para o seminário», acrescenta. Decidiu fazer uma experiência fora, em Nairobi. Trabalhou por algum tempo numa escola primária, mas sentia que algo lhe faltava, «sentia insatisfação», desabafa. E acabou por ser um padre diocesano a indicar-lhe o caminho para os Missionários da Consolata.

O percurso realizado desde então passou pelo Quénia, seu país natal, por Moçambique (noviciado), Itália (estudos teológicos) e Portugal, onde completa agora o chamado ano de serviço ou estágio pastoral, antes da Ordenação Sacerdotal.

A comunidade da Consolata em Águas Santas, Maia, testemunha o seu serviço e dedicação no trabalho com os Jovens Missionários da Consolata, na animação missionária e vocacional, na visita às escolas, no grupo Corus e no acompanhamento dos sem-abrigo.

No passado dia 3 de dezembro, Antony fez a profissão perpétua junto desta comunidade religiosa e pastoral de Águas Santas, numa celebração presidida pelo vice-superior dos Missionários da Consolata, padre Agostinho Barbosa.

Com a ordenação diaconal, Malila faz agora parte também da ordem dos diáconos, título dado ao primeiro grau da Ordem do Sacramento. E passados dez anos da sua entrada na Consolata, os seus sentimentos são de gratidão: «Agradeço muito a Deus por este passo e por esta oportunidade», desabafa. Apesar de se sentir «muito limitado», Antony acredita que é através dessa sua limitação que Deus realiza a Sua vontade: «confio na ajuda de Deus; sem Ele não podemos fazer nada», conclui.

O bispo que acaba de fazer entrar Antony Mailia na ordem dos diáconos, ao finalizar a celebração, manifesta «a gratidão da Igreja do Porto aos Missionários da Consolata pela vossa presença, pela vossa ação apostólica e pela vossa Missão» na diocese e no mundo. Após a celebração litúrgica a festa continuou no Centro Missionário Allamano, em Águas Santas, com comida, música e danças com ritmos africanos.

Texto: Albino Brás
Foto: Ana Paula